Alguém me explica?

Alguém me explica?

Você questiona os números ou é enganado por eles?

Eu venho aqui muito mais propor reflexões e fazer perguntas do que entregar respostas sobre o  efeito hipnótico que as pesquisas eleitorais  causam no inconsciente coletivo, venho perguntar a você leitor por qual motivo elas fazem todos ficarmos muito imbecilizados matematicamente acreditando nestes números cegamente como se fosse verdade científica, tendo elas cada vez mais se provado algo que está cada vez mais no campo do marketing.

Não à toa é usado percentual e não número absoluto, pois pegando como exemplo uma pesquisa eleitoral que seja feita no estado de Pernambuco, que possui aproximadamente  seis milhões de eleitores (6.000.000) teria que entrevistar cerca de  sessenta mil pessoas (60.000) para obter a opinião de 1% do eleitorado. Sem contar que é algo tão divulgado como verdade por todo um sistema que não se pensa que 1% não consegue representar o pensamento de 100%.

Urnas eletrônicas



” Sei que talvez você esteja pensando que com certeza existe um método técnico científico eficiente e estes institutos que trabalham com isto profissionalmente devem ser evidentemente honestos e utilizar tais métodos.”


Não estou questionando a índole das empresas que servem ao nosso sistema político vigente notadamente honesto, ou nem mesmo vou enumerar aqui como seria fácil uma construção que enganasse a todos fazendo-os crer que as pesquisas sempre estão certas e assim criar resultados desde que se tivesse recursos estratégicos e financeiros para isto.
Mas minha estranheza é que se veja algo como tão notório sem sequer questionarmos de forma analítica algo que nos é informado em formato de números, estando assim acessível, ou propositadamente aparentemente acessível a todos.

Qual o motivo de darmos tanta razão e notoriedade para algo que tem muito mais uma conotação de caixa preta de avião que de televisão da sala, sendo um imaginado de como seria pela imensa maioria e o outro conhecido por todos de todas as classes sociais. Não deveria ser assim, todo cidadão deveria saber com riqueza de detalhes tudo que envolve a eleição, a quem interessa a falta de informação?

 Minha proposta aqui é nos fazer pensar e até calcular, questionando como sociedade altamente interessada nos resultados de toda eleição do país o que teríamos de obscuro ou controverso sobre as tais pesquisas eleitorais que ditam os debates e as tomadas de decisão e que sempre custam tão caro, sempre são pagas por algum grupo com grandes interesses no resultado da eleição para favorecimento próprio e são tão desconhecidas pela maioria do povo.

Aproveitando eu já te pergunto quão claro é para a população este método, sendo ele uma ferramenta de manipulação coletiva tão poderosa ? 
Quantas vezes você leitor já recebeu um telefonema de pesquisa eleitoral? Quantas vezes ao vivo? Quais bairros de quais cidades foram pesquisados? Onde estão as listas disto em forma bem fácil de encontrar?

Exatamente agora você deve estar pensando comigo que podemos estar correspondendo a um número que nos é proposto sem questionar se ele faz sentido matemático ou não.
Uma pesquisa que seja feita no estado de Pernambuco que consulte seis mil pessoas (6.000) terá consultado apenas 0,001% do eleitorado e nos é posto que devemos todos acreditar que ela foi feita de uma forma tão assertiva que este 0,001% (menos que meio por cento) o resultado representa a opinião dos outros 99,99%. Se na sua casa morassem 10 pessoas e apenas uma fosse pesquisada e a opinião dela valesse pela de todos outros 9 da casa poderíamos dizer que 10% das pessoas de sua casa foram pesquisadas, o caso aqui é que temos um número de amostragem menor que meio por cento sendo assimilado como falar por todos eleitores. Seria este o real motivo que sempre é usado percentual e não número na divulgação de pesquisa.

As pesquisas sejam elas honestas ou manipuladas causam um efeito de aprovação social nas pessoas, interferindo no resultado pois acabam por conduzir uma massa de eleitores a acompanhar no voto aqueles que irão vencer pela razão de não querer “desperdiçar” seu voto num pensamento de eleição como competição , errado mas muito comum. A decisão de voto neste caso fica muito semelhante a querermos inconscientemente entrar no restaurante que tem mais gente ao invés do mais vazio, entendo que este mais procurado deve ser melhor. Agindo assim temos muitos eleitores votando em quem está na frente da pesquisa, abrindo mão de seu senso crítico pessoal, raciocinando apenas que se a maioria está indo por um caminho ele deve estar certo.

A máxima que diz que “a voz do povo é a voz de Deus”  sempre foi uma peça de marketing para que através de uma parcela crie-se a sensação de todo e tem funcionado muito nas eleições pois o próprio povo é facilmente manipulado pela sua suposta voz, criando um inconsciente coletivo que na maioria dos casos foi gerado artificialmente numa estratégia eleitoreira.
A divulgação de pesquisas conferiu ao jogo político um componente fantástico de marketing para conduzir as pessoas para onde se quer que elas votem e precisam ser questionadas.

Não falarei mais neste artigo sobre o quão inquestionáveis tem sido as pesquisas, (mesmo errando tanto nas últimas eleições se comparadas a aquelas feitas por redes sociais ou eventos ao vivo), ou como elas podem “caso fossem manipuladas” chancelar uma eleição dando conotação de veracidade a uma fraude na votação pelo simples fato de resultado de pesquisa e urna ficarem iguais.

Aqui eu farei com você leitor um exercício de interação cujas respostas não tenho obtido de diversos amigos e pessoas envolvidas na política pernambucana e conto com a sua participação para encontrar as respostas.
A minha pergunta a estes amigos tem sido sobre a liderança das pesquisas de uma candidatura que provém de um partido que quase não fez voto no estado nas últimas duas eleições e  preciso de sua ajuda para entender se estamos diante de um fenômeno eleitoral em tempo real ou uma fábula numérica que vai causar perplexidade ao abrir das urnas para sorrisos e gargalhadas da turma do PSB.

Tenho tentado entender o cenário e caso você não tenha feito algumas contas políticas, eu as fiz para você e conto contigo para me trazer alguma resposta que faça o mínimo de sentido fora do campo do eu vejo, eu sinto, eu acho e vá para um lugar de estratégia política que faça sentido.

Pensando de forma bem analítica me baseei na última eleição de prefeitos e vereadores ocorrida em 2020 por entender que sendo eles a base do sistema eleitoral, as municipais são eleições extremamente importantes, no tocante a ocupação de espaço político e relacionamento com o povo diretamente, pois ao final do dia, situações da micropolítica municipal afetam muito mais o dia a dia das pessoas.

Olhando por este prisma não faz sentido os resultados apresentados em favor de quem está liderando a pesquisa para o governo de Pernambuco ser o apresentado, mas faz muito sentido na calma que o PSB tem visto tal pesquisa e se apresentado na condução da eleição. Também me causa muita estranheza a pesquisa simplesmente ignorar que Jair Bolsonaro fez 1,4 milhões de voto no estado e que não haveria transferência de votos para o seu candidato.

Dividimos os blocos políticos e somamos todos os votos que este grupo fez em 2020 por ter sido a eleição mais próxima, pesquisamos o total de prefeituras que o bloco tem, a quantidade de vereadores que foram eleitos pelo bloco, qual o percentual da população o bloco governa e quantos votos este bloco fez na última eleição.

Blocos políticos em sua formatação de março de 2022

Os dados foram pesquisados em 13 de março deste ano com informações relacionadas aos resultados das eleições municipais de 2020 e cabem para nossa reflexão, vamos aos números:

Total de prefeitos filiados a partidos dos blocos de cada candidato.
Total de vereadores filiados a partidos dos blocos de cada candidato.
Percentual da população governado pela soma dos prefeitos de cada bloco de acordo com seus partidos de eleição.
Total de votos obtidos pela soma dos prefeitos de cada bloco dos pré-candidatos ao governo.

Após olhar para estes gráficos vamos a alguns questionamentos:

1- De onde vem a liderança nas pesquisas atribuída a candidatura PSDB- Cidadania sendo esta a última colocada em todos comparativos de grupo político observados em 2020?
2- O que gerou a sensação vigente de muitos no estado de PErnambuco que o PSB vai perder eleição, tendo o PSB os números e a máquina a seu favor ao longo de anos?
3- Tal euforia não justificada numéricamente pode estar levando políticos baseados neste clima a acordos e decisões erradas?
4- A amostragem das pesquisas de menos de 0,001% do eleitorado é confiável matemáticamente ou funcionam como um elemento de induzir pessoas a um tipo de voto?
5- Qual seria o fator real e existente que levaria todo este eleitorado a sair do PSB e mudar radicalmente o seu voto ?
6- Qual o motivo que esta migração de eleitores insatisfeitos com o governo iria específicamente para a candidatura do PSDB, sendo o partido tão pequeno no estado no tocante a mandato e voto na história recente.
7- Existe algum político no estado com tamanha força para causar este efeito de arrebanhar prefeitos e vereadores para o seu lado e convencendo-os a abandonar as relações de longa data com o grupo PSB-PT- PcdoB?
8- A que se atribui as pesquisas ignorarem uma transferencia de voto da candiatura de Bolsonaro ao seu candidato, tendo Bolsonaro feito no estado em 2018 1,4 milhões de votos?

Conto com vocês para juntos concluirmos esta análise, ou quem sabe, ficarmos mais confusos.

Reinaldo Barreiros, estrategista em marketing político, gestor esportivo e capelão cristão é paulistano de sangue pernambucano graças a Deus e milita em diversas causas ligadas ao combate a corrupção e a conscientização política da população no Brasil, preside o Moimento Camaragibe Livre e é parte da coordenação do Movimento Não Vou Pagar. Reinaldo é ativista de transformação social usando o esporte como principal ferramenta. Nas redes sociais dele a polêmica é garantida, sigam pra conferir.

https://www.instagram.com/reinaldonb/

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