A PANDEMIA DA POLARIZAÇÃO.

A PANDEMIA DA POLARIZAÇÃO.

Sabemos que é normal, em períodos eleitorais, a tal polarização, entretanto uma polarização que se segue 4 anos ou até quem sabe 8 anos, atrapalha muito. 

Qual a raiz dessa total polarização durante esses quase 3 anos de governo conservador? Simplesmente porque a esquerda não está no poder. A esquerda brasileira tem a mania de não deixar governar aqueles a quem ela é total oposição. Sabemos que em uma democracia, a oposição tem um papel importantíssimo para que se mantenha o equilíbrio. Nos governos de esquerda pudemos observar que a governabilidade não era prejudicada pela oposição, na verdade a maioria das pautas do governo eram aprovadas no congresso, algumas as custas de mensalão e petrolão. 

Hoje, o que vemos é a distribuição das emendas parlamentares, um dispositivo constitucional que está sendo usado para apoio na aprovação de alguns projetos e no qual nem vemos muitos resultados, o conhecido presidencialismo de coalizão. Mesmo com todos os dispositivos constitucionais, assistimos uma quase que total “ingovernabilidade”, até mesmo em período pandêmico. A esquerda brasileira quando não governa, não permite que os outros governem, querem ter o monopólio das benfeitorias sociais e jogam para debaixo do tapete os escândalos de corrupção, e ainda mais, por ter se mantido tanto tempo no poder, conseguiram indicar diversos ministros do supremo, além de aparelhar a cultura, educação, sindicatos entre outros… Armas poderosas dentro de uma imatura democracia. 

Essa é a raiz da polarização, junto com as narrativas, acusações, facções, e ainda tendo no lado oposto alguém que não tem filtro e nem sofisticação em suas palavras, encontra-se um prato cheio para a guerra de narrativas. Cada dia vemos bombas explodindo no país que era do futebol, mas hoje é da política. Não existe um só lugar que você vá e ninguém fale de política, discutam e em alguns casos até chegam ao extremo de desrespeito. Não se respeita mais opiniões, logo se escuta os termos “bolsominion”, “isentão” e “esquerdista”, idolatram pessoas e esquecem as ideias. Nesse mundo tão polarizado se o Bolsonarista te chamar de “isentão”, o “isentam” te chamar de bolsominion, e o esquerdista te odiar, parabéns você é alguém independente, fez a lição de casa, diga-se de passagem, e encontra-se de alma lavada à margem da polarização.

Vivemos em uma sociedade dividida de maneira errada, porque se for para nos dividirmos que seja em dois lados, os certos e os errados. Hoje as pessoas não apoiam mais o que é certo ou errado, primeiro elas olham quem falou e depois se posicionam. O Brasil está doente, e por conta dessa doença a tal procurada terceira via ficou apenas na memória paradoxal de um futuro que nem existiu e já é passado.

  • Ravele Felix – Estudante de Ciências políticas e assessora parlamentar

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