Aos líderes mundiais, ele falou sobre a preservação do meio ambiente, avanço da vacinação contra a Covid-19 e dos atrativos do Brasil aos investidores
Seguindo a tradição, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi o primeiro chefe de Estado a discursar na 76ª sessão na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), nesta terça-feira (21). O Presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil vive novos tempos com bom desempenho na economia e credibilidade externa.
“O Brasil vive novos tempos, na economia temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes, meu governo recuperou a credibilidade externa e hoje se apresenta como um dos melhores destinos para investimentos”, disse
Afirmou também que quase 90% da população adulta já recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 e que o Brasil conta com uma legislação ambiental avançada para a preservação do meio ambiente.
Infraestrutura
No discurso, o Presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil tem o maior programa de parceria de investimentos com a iniciativa privada de sua história, que até agora contratou US$ 100 bilhões de novos investimentos e arrecadou US$ 23 bilhões em outorgas. Ele citou que já foram leiloados 34 aeroportos e 29 terminais portuários.
E afirmou que em seu governo tem promovido o ressurgimento do modal ferroviário. “Como reflexo, menor consumo de combustíveis fósseis e redução do custo Brasil, em especial no barateamento da produção de alimentos”, disse.
“Já são mais de US$ 6 bilhões em contratos privados para novas ferrovias. Introduzimos o sistema de autorizações ferroviárias, o que aproxima nosso modelo ao americano. Em poucos dias, recebemos 14 requerimentos de autorizações para novas ferrovias com quase US$ 15 bilhões de investimentos privados”, detalhou.
Na área de saneamento, ele destacou que tem ocorrido grande avanço com leilões de concessões e informou que nos próximos dias será realizado o leilão para implementação da tecnologia 5G no Brasil.
“Temos tudo o que investidor procura: um grande mercado consumidor, excelentes ativos, tradição de respeito a contratos e confiança no nosso governo”, afirmou o Presidente Jair Bolsonaro.
Meio Ambiente
Presidente Jair Bolsonaro disse aos presentes que o governo brasileiro antecipou, de 2060 para 2050, o objetivo de alcançar a neutralidade climática.
“Os recursos humanos e financeiros, destinados ao fortalecimento dos órgãos ambientais, foram dobrados, com vistas a zerar o desmatamento ilegal”, disse no discurso.
Segundo ele, os resultados já começam aparecer. “Na Amazônia, tivemos uma redução de 32% de desmatamento no mês de agosto, quando comparado a agosto do ano anterior”, afirmou.
Ainda sobre a Amazônia, ele detalhou que 84% da floresta está intacta, abrigando a maior biodiversidade do planeta. “Lembro que a região amazônica equivale à área de toda a Europa Ocidental”.
E destacou a legislação ambiental brasileira. “Nossa moderna e sustentável agricultura de baixo carbono alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e utiliza apenas 8% do território nacional. Nenhum país do mundo possui uma legislação ambiental tão completa. Nosso Código Florestal deve servir de exemplo para outros países”, disse Jair Bolsonaro.
O Presidente Jair Bolsonaro falou sobre a COP-26, a Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, programada para ocorrer em novembro deste ano, no Reino Unido.
“Buscaremos consenso sobre as regras do mercado de crédito de carbono global. Esperamos que os países industrializados cumpram efetivamente seus compromissos com o financiamento de clima em volumes relevantes”, disse.
“O futuro do emprego verde está no Brasil: energia renovável, agricultura sustentável, indústria de baixa emissão, saneamento básico, tratamento de resíduos e turismo”, concluiu o Presidente Jair Bolsonaro.
Vacinação contra a Covid-19
O Presidente Jair Bolsonaro lamentou as mortes ocorridas no Brasil e no mundo em razão da Covid-19. Informou que, até o momento, o Governo Federal distribuiu mais de 260 milhões de doses de vacinas e que, até novembro, todos que escolheram ser vacinados no Brasil serão atendidos”.
“Mais de 140 milhões de brasileiros já receberam, pelo menos, a primeira dose, o que representa quase 90% da população adulta. Oitenta por cento da população indígena também já foi totalmente vacinada”, disse aos líderes mundiais.
Auxílio à população
Presidente Jair Bolsonaro apresentou dados sobre o apoio dado pelo Governo Federal à população que sofre os efeitos econômicos provocados pela Covid-19. “Sempre defendi combater o vírus e o desemprego de forma simultânea e com a mesma responsabilidade”, afirmou.
Ele detalhou que o auxílio emergencial foi pago a 68 milhões de pessoas em 2020 e que o ano foi encerrado com mais empregos formais do que em dezembro de 2019. “Graças às ações do nosso governo com programas de manutenção de emprego e renda que nos custaram cerca de US$ 40 bilhões”, disse.
Também apresentou dados de 2021 que mostram que somente nos primeiros 7 meses, foram criados aproximadamente 1,8 milhão de novos empregos. E lembrou que, para 2021, o crescimento do Brasil está estimado em 5%.
Políticas de acolhimento
O Presidente Jair Bolsonaro apresentou ações brasileiras de socorro a populações como a Operação Acolhida, do Governo Federal, que recebeu no Brasil 400 mil venezuelanos deslocados devido à crise política e econômica no país vizinho. “Nosso país sempre acolheu refugiados”
“O futuro do Afeganistão também nos causa profunda apreensão. Concederemos visto humanitário para cristãos, mulheres, crianças e juízes afegãos”, relatou.
Citando os 20 anos dos atentados do 11 de setembro contra os Estados Unidos, o Presidente Jair Bolsonaro condenou o terrorismo em todas suas formas. No discurso, ainda lembrou que o Brasil sempre participou em Missões de Paz da ONU, entre elas missões no Haiti e no Líbano.
Ainda lembrou que o Brasil ratificou a Convenção Interamericana contra o Racismo e Formas Correlatas de Intolerância. E também citou a questão indígena detalhando que 14% do território nacional, ou seja, mais de 110 milhões de hectares, uma área equivalente a Alemanha e França juntas, é destinada às reservas indígenas. “Nessas regiões, 600.000 índios vivem em liberdade e cada vez mais desejam utilizar suas terras para a agricultura e outras atividades”, disse.
Conselho de Segurança da ONU
O Presidente Jair Bolsonaro falou sobre a eleição do Brasil para ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU no biênio 2022-2023. Será a 11ª vez que o país integrará o mais importante órgão responsável pela segurança coletiva internacional.
“Em 2022, voltaremos a ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos 181 países, em um universo de 190, que confiaram no Brasil. Reflexo de uma política externa séria e responsável promovida pelo nosso Ministério de Relações Exteriores”, disse.
E acrescentou que o Brasil apoia uma reforma do Conselho de Segurança ONU, onde o Brasil busca um assento permanente.
Assembleia Geral
O tema desta 76ª sessão na Assembleia Geral da ONU é Construindo resiliência por meio da esperança – para se recuperar de Covid-19, reconstruir a sustentabilidade, responder às necessidades do planeta, respeitar os direitos das pessoas e revitalizar as Nações Unidas.
O evento se estende até a quarta-feira (22) e será tratada a necessidade de maior urgência para acabar com a Covid-19 e para garantir uma recuperação global equitativa, ambientalmente sustentável e com implementação acelerada dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Tradição
A fala inicial do Brasil cumpre uma tradição de 1947, quando o diplomata Oswaldo Aranha presidiu a Assembleia em dois momentos. Primeiro, entre abril e maio, quando o Reino Unido solicitou uma convocação extraordinária para discutir o status da Palestina, que desde o fim da Primeira Guerra Mundial estava sob um mandato britânico.
E, depois, em novembro de 1947, quando esteve à frente da 3ª Assembleia Geral das Nações Unidas que discutiu e aprovou a criação do Estado de Israel.