Ministério da Saúde inicia capacitação de profissionais do SAMU para atendimentos em Saúde Mental

Ministério da Saúde inicia capacitação de profissionais do SAMU para atendimentos em Saúde Mental

Primeira aula prática, com situações realísticas, aconteceu na manhã da sexta-feira (1º), em Brasília-DF

O Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, realizou, na manhã da sexta-feira (1º), a primeira aula do curso de formação que vai capacitar profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do Brasil. O objetivo é fazer com que médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem e psicólogos tenham condutas técnicas e terapêuticas no atendimento a pacientes no âmbito da saúde mental.

O “Curso de Formação de Multiplicadores em Urgências e Emergências em Saúde Mental” é promovido pelo Ministério da Saúde em parceria com o SAMU-DF. As aulas, teóricas e práticas, são ministradas por especialistas. O ponto alto do curso são as simulações realísticas, que replicam situações de emergências atendidas pelo SAMU. A metodologia é apoiada por tecnologias de alta complexidade, com cenários reais, que favorecem um ambiente participativo e interativo.

Na aula de sexta, por exemplo, os alunos puderam acompanhar três situações: crise de ansiedade, surto psicótico e abuso de álcool. Dentre as outras situações que compõem a parte prática do curso estão o comportamento suicida, a agitação psicomotora ou a comunicação de más notícias, como a morte de um familiar. Atores encenam as ações criando o ambiente ideal para o atendimento e colocando os profissionais à prova.

Quem acompanhou a aula inaugural foi o ministro da Saúde substituto, Rodrigo Cruz. Ele destacou a importância da iniciativa do ministério e a importância de entregar um SAMU cada vez mais capacitado para o povo brasileiro. Ele contou ainda que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já observa com muita preocupação o aumento de casos de pessoas com problemas de saúde mental em função da crise sanitária.

“O isolamento, em decorrência da pandemia, acabou fazendo pessoas perderem seus empregos e passarem por dificuldades econômicas. Então, era esperado que houvesse um aumento em casos de crises de saúde mental. Por isso o curso se faz extremamente importante. Vale destacar ainda que esses profissionais, que estão sendo capacitados, podem ser uma sementinha dentro dos seus próprios estados, para replicar essa capacitação e disseminar essas condutas a outros profissionais”, contou Rodrigo.

De acordo com a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), Mayra Pinheiro, o curso vem para fortalecer a prática de condutas humanizadas e terapêuticas no âmbito da saúde mental. Com isso, os pacientes terão uma assistência cada vez mais adequada em quadros como: ansiedade, depressão, violência autoprovocada, ideação suicida e transtornos por uso de substâncias psicoativas, por exemplo.

“É o SAMU que tem a possibilidade de poder manter a vida de um paciente até chegar a outro serviço extremamente importante que é o médico ou enfermeiro, o profissional da urgência e emergência. Se nesses dois serviços a gente não tiver gente qualificada, objetivamente a nossa mortalidade aumenta muito, as complicações aumentam muito. E são essas pessoas que a gente entende que, a gente tem que qualificar de forma permanente”, contou Mayra.

Segundo o diretor do SAMU do Distrito Federal, Victor Arimatea, quase 20% dos atendimentos realizados pelas equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência do DF são de casos relacionados à saúde mental. Ele contou ainda que as situações mais comuns que estão na lista de atendimentos do Samu são: surto psicótico, tentativa de suicídio, crises de ansiedade, psiquiátrico, ideação suicida e abuso de álcool e drogas.

“Às vezes, o problema já estava instalado e só depois que você vira os olhos para ele que você identifica e diagnostica o que está acontecendo. É assim que vemos a saúde mental. Seguindo o processo de amadurecimento da sociedade, as pessoas começaram a olhar de forma mais sensível para esta questão. E o Ministério da Saúde, olhando para esses dados, cria políticas públicas, como essa, para que as pessoas em crise, tenham o atendimento que precisam”, contou.

A capacitação integra as ações do Comitê Gestor de Política Nacional de Prevenção da Automutilação e o Suicídio que regulamenta a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio (lei Nº 13.819, de 26 de abril de 2019).

Com informações do Ministério da Saúde

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