Especial de Aniversário – 13 matérias sobre Camaragibe.
Não há como falar em Saúde e deixar o meio ambiente esquecido, ou vice versa, pois ambos estão atrelados a promoção de saúde e o controle de doenças.
Em tempos obscuros e cheios de dúvidas, no qual estamos agora, infelizmente, deixamos nossa atenção se voltar, na sua maioria, para a Covid-19, esquecendo que o meio ambiente também está atrelado ao problema. A falta de uma boa educação ambiental, dá espaço a negligência, expondo as pessoas ao risco de outras doenças e proliferação de vetores. Mas de quem é a culpa? A resposta é bem simples, a culpa é do poder público.
Como cobrar de uma população, os cuidados do que não se vê, no caso do vírus, se a prefeitura não cuida nem do que se pode vê, nesse caso, o lixo? Qual o projeto que o município tem para incentivar a coleta seletiva? Sabemos que hoje, em países desenvolvidos, já se pode aproveitar 100% dos resíduos sólidos, mas em uma prefeitura como Camaragibe, poderia ser reaproveitada ao menos 40%, se houver, é claro, um comprometimento e enxergar a importância da coleta seletiva, tanto em redução de custos, como promoção de saúde para toda a população.
Falar é fácil, eu sei disso, mas o que eu faria se estivesse sentado naquela cadeira?
Buscaria soluções para implantar a educação ambiental, seja ela por meio de vídeos explicativos pelas redes sociais, ou convocando pessoas qualificadas para atuar nessa área tão importante. O estímulo através de descontos no IPTU, para os que aderirem ao projeto, também é algo importante que se deve levar em consideração, pois assim, haverá maior engajamento da população. “Mas a conta não fecharia… não posso dar descontos no IPTU, assim ficaria no vermelho!”, talvez essa poderia ser a resposta da prefeitura.
Vamos pensar um pouco, se Camaragibe implanta coleta seletiva de lixo, e 40% for para as associações de catadores, significa que o município economiza 40% do peso do lixo que hoje é pago para a empresa coletar.
Exemplo
Se formos para os números, isso fica ainda mais visível: Digamos que a prefeitura gasta, por ano, 3 milhões de reais em coleta de lixo. E com a implementação da coleta seletiva, ela irá economizar 40%
3.000.000,00 – 40% = 1.800.000,00
A economia é de 1,2 Milhões de reais por ano.
E se o valor gasto for 10, 11, 12, 13 Milhões de reais por ano?
Essa economia poderia ser diluída para as residências que aderissem ao projeto, e com as vendas desses materiais, as associações poderiam trazer mais benefícios ao município, principalmente, retirando os catadores de condições desumanas e dar a dignidade que tanto precisam.
Mas é só isso?
Não! Uma cidade engajada na coleta seletiva, a população se vê como parte do meio ambiente, respeitando todos os outros moradores, pois sabem que são uma só comunidade, facilitando nos cuidados para evitar a propagação do Coronavírus. Também diminui consideravelmente o número de animais e insetos que são vetores de doenças como a Leptospirose, Dengue, Zika, Chikungunya, além de reduzir também a pobreza.
Superfaturar para lucrar
Em uma pesquisa rápida no portal da transparência da cidade e no Tome Conta PE, pude observar o quanto os gastos com o lixo aumentaram. No fim de 2016 era aproximadamente R $750 mil, no final da gestão do ex-prefeito Meira, era aproximadamente R $1.3 milhão, e agora mais de R $2 milhão pagos com limpeza urbana, essa que não é vista de forma aceitável na cidade. Com isso, nunca ficou tão claro pra mim a frase dita pelo ex prefeito “ No lixo ninguém mexe, o lixo é meu”.