Stalinismo: A influência do comunismo Russo.

Stalinismo: A influência do comunismo Russo.

O Stalinismo influenciou diversos outros regimes comunistas que existem até hoje, a exemplo da Coreia do Norte, Cuba e China.

Stalinismo ou Estalinismo foi o regime de governo da União das Repúblicas Socialistas Soviética (URSS) que iniciou-se com a ascensão de Josef Stalin ao poder no ano de 1927 e findou com sua morte em 1953. Stalin sucedeu Vladimir Lênin, que era líder desde a Revolução Russa em 1917. Lênin tinha sofrido um AVC e, por essa razão, membros influentes do partido passaram a disputar a sucessão.

Stalin não recebeu o apoio de Lênin para assumir a URSS, mas ele era um membro influente no interior do partido por sua atuação como burocrata. Apoiado por muitos membros do PCUS (Partido Comunista da União Soviética), Stalin assegurou-se no poder soviético.

Josef Stalin: a figura central do Stalinismo.

Josef Stalin é resumido por alguns historiadores como um dos grandes nomes do século XX. Ele foi responsável por conduzir um dos regimes mais sanguinários da história, e o mais violento que a Rússia já viu, conhecido como stalinismo.

Para os leninistas-marxistas, Stálin é um exemplo de companheiro e herói por conseguir concluir e estabilizar, na Rússia, a revolução da prole, iniciada por Lênin em 1917, durante seus  25 anos de seu governo. Stain é a inspiração para os governantes comunistas.

Nascido na Geórgia, no dia 18 de dezembro de 1878, Stalin com nome de nascimento Iosif Vissarionovich Dzhugashvili, tornou-se marxista ainda durante a juventude e dedicou anos da sua vida para derrubar a monarquia czarista. Filiou-se aos bolcheviques, que tomaram o poder na Rússia em 1917 e tornou-se líder da União Soviética em 1927, posto que manteve até 1953.

As bases que caracterizam o Stalinismo

As principais práticas desse regime são:

Imposição de um Estado de terror;

  • Economia planificada, isto é, centralizada no Estado;
  • Ação governamental baseada nos arbítrios do líder;
  • Forte propaganda política;
  • Nacionalismo extremo;
  • Culto à personalidade do líder;
  • Perseguição dos opositores por meio da execução ou do envio desses às gulags;
  • Perseguição contra a religião (igrejas fechadas e líderes religiosos presos ou mortos);
  • Militarização da sociedade;
  • Manipulação das informações e censura.

A manipulação de Stálin na URSS

Josef Stalin conseguiu subir ao poder pela influência que tinha dentro do partido, e dirigiu da mesma forma o país durante os 25 anos que esteve no poder. O governo soviético investiu em escolas, artes e cinema para utilizar como forte influência na população para que assim, tivesse de forma mais fácil a aceitação popular.

Além da área educacional e cultural, Stalin também mantinha o controle das redes de comunicação e o controle da mídia. Tudo para que a imagem de sua liderança nunca fosse afetada. Outra forma de conseguir a aprovação popular era feita através das propagandas políticas a favor do partido comunista, diga-se de  passagem, o único partido existente na URSS.

Da manipulação ao terror soviético.

Todo governo detém o monopólio do uso da força e sua coerção, mas a história conta que Stalin fez disso sua forma de governo. Segundo o historiador americano Rudolph Rummel, em 1990, publicou sua estimativa de 51,5 milhões de mortes no período do líder soviético, isso por que a estimativa foi feita em cima dos assassinatos deliberados, desaparecidos dos campos de trabalho forçado e morte por inanição. Os opositores do regime soviético eram perseguidos e executados, exilados e enviados às gulags (campos de trabalho forçado). E é disso que trataremos abaixo.

Consequências humanitárias

O respeito às questões humanitárias não existiram no governo de Stálin, seus opositores políticos eram perseguidos até a morte, e qualquer pessoa contrária ao regime era assassinada ou enviada às gulags. Stalin chegou a ser responsabilizado pelo Holodomor, o maior e mais cruel massacre visto no mundo, no qual cerca de 3,3 milhões de ucrânianos foram mortos pela fome.

Perseguisão e assassinato de Trotsky

Após a morte de Lênin, iniciou-se a disputa pela posição de líder da URSS que ficou polarizada entre Stalin e Leon Trotsky. Muitos dentro do partido comunista apoiavam o Trotsky, mas por causa da influência de Stalin dentro do partido, ele acabou vencendo a disputa. O opositor foi afastado do governo, do Partido Comunista e expulso da URSS.

Depois de perambular por vários países, Trotsky fixou-se no México e tentou reorganizar uma oposição internacional ao regime stalinista, oposição que existiu unificadamente até sua morte, em 1940. Trotsky foi assassinado no México, após 16 anos da derrota nas eleições soviéticas, por um agente da polícia política (GPU) a mando de Stalin.

A noite do expurgo

Grigóri Zinoviev, Lev Kamenev e outros 14 dirigentes bolcheviques (grupo revolucionário liderados por Lênin na revolução de 1917), são condenados sem provas e executados em Moscou, capital da União Soviética, sob a acusação de assassinar o dirigente soviético Sergei Kirov e planejar a morte de Josef Stalin.

A noite do expurgo marca o julgamento e condenação dos velhos bolcheviques a morte por traição nos anos de 1936 a 1938, na URSS. Nestes expurgos, os acusados eram processados juridicamente, submetidos a torturas, ameaças e maus-tratos, e acabavam confessando crimes que não cometeram — como espionagem, envenenamento e sabotagem. E acabavam sendo declarados traidores da revolução, sendo posteriormente executados através de fuzilamentos.

As Gulags

As Gulags, é a abreviação de Glavnoe Upravlenie Legarei, que significa “Administração Central dos Campos”, foi utilizado pelo Stalin como peça fundamental da repressão soviética. Ao contrário dos campos de concentração nazistas, os gulags soviéticos não possuíam uma engenharia da morte sistemática, com crematório de corpos e câmaras de gás para morte instantânea.

Mas ainda assim eram perniciosos e ultrajantes, pois milhões de pessoas foram confinadas nos gulags. Várias pessoas morreram de inanição durante a segunda guerra mundial em razão das ações do governo de Stalin dentro desses campos. Os trabalhos forçados iam desde a extração de minérios, como o ouro e o carvão, até a extração de madeira.

O holodomor: o “holocausto comunista”

Fotos do Holodomor na Ucrânia-Alexander Wienerberger / Wikipedia

Holodomor é uma palavra ucraniana que quer dizer “deixar morrer de fome”. Tal palavra é empregada no contexto da história do país para definir a morte por fome de mais de 3 milhões de ucranianos entre os anos de 1931 e 1933.

Stalin tentou submeter a Ucrânia a abandonar sua nacionalidade, assim como fez com diversos outros países ao incorporá-los à União Soviética, acabando com língua nativa e cultura, para que assim, a Rússia e os países que compunham a URSS, fossem um só.

A forma mais fácil era a econômica, o governo soviético tomava posse das fazendas e transformavam em agricultura coletiva, o kolkhoz. A Ucrânia se tornou a resistência contra os planos de Stalin e não aceitava entregar suas propriedades.

Mesmo sem ter as propriedades, os Soviéticos invadiram as aldeias deixando sem grãos nem mesmo para plantação, além de fechar as fronteiras para impedir que a população faminta buscasse alimentos em outro lugar e, com tudo isso, começaram a surgir relatos de canibalismo.

Segundo Alexandra Ilia escreveu em artigo para revista romena de Ciências Políticas, Studia Politica, o Holodomor pode ser considerado um ato de genocídio:

” Nos anos antes da fome, o regime bolchevique tentou acabar com os sentimentos nacionalistas do povo ucraniano passando por expurgos da elite intelectual, impondo língua russa e dissolução da igreja nacional…o que pode significar que a fome pode não ter sido uma tentativa fracassada de forçar a coletivização, mas uma tentativa bem-sucedida de esmagar a Ucrânia como um todo… Tanto no nazismo quanto no comunismo havia algumas razões ideológicas subjacentes à intenção de matar”.

Partidos brasileiros Stalinistas

Josef Stálin faleceu em 5 de março de 1953, vítima de um derrame cerebral, e seu funeral foi acompanhado por milhares de pessoas. Depois de sua morte, foi realizada a desestalinização por meio da denúncia de todos os crimes cometidos pelo Estado durante os anos do Stalinismo.

Entretanto, alguns países foram influenciados pelo regime de Stalin, bem como alguns partidos políticos no Brasil. A maioria dos partidos de esquerda brasileiro receberam a influência do comunismo, e do que foi o maior e mais temível líder soviético, ou de seu antecessor Lênin, que sempre é comparado a Hitler e Mussolini.

 

O reflexo do comunismo de Josef Stalin

O regime comunista soviético influenciou muitos outros regimes como o de Cuba, Coreia do Norte e China (este último, só por um certo período). Um regime que é iniciado através de violentas revoluções, além de ser seguida por opressão, fuzilamento e até mortes pela fome. Os Historiadores ao juntar a quantidade de mortes pelo regime comunistas na China, Coreia do Norte, Cuba e na pŕopria URSS, estima aproximadamente 100 milhões de mortos, entre assassinatos, desaparecimentos e morte por inanição.

O Comunismo originado por Josef Stalin tornou- se o regime autoritário que mais matou, direta e indiretamente, no mundo juntando as quatros nações acima.

Referências

Gazeta do Povo: Por que não dá para equiparar o comunismo ao nazismo.

Memorial da  democracia: Stalin faz expurgo e elimina opositores.

Escola Educação: Stalinismo.

Mundo Educação: Revolução Russa

BBC: Holodomor: a grande fome que matou milhões na Ucrânia durante o comunismo soviético de Stalin

Flashback: Quantos Stalin matou?

Folha UOL: Comunismo matou 110 milhões.

Abril: As maiores atrocidades de Josef Stalin

Terra: Joseph Stalin, União Soviética responsável por mais de 20 milhões de mortes

Marxismo: O stalinismo e sua influência na atualidade

Marxist: Stálin nos Conduz à Vitória do Comunismo

Senado : Brasil pode reconhecer Holodomor, genocídio ucraniano há 90 anos

White. Matthew. O Grande Livro das Coisas Terríveis [2013]. São Paulo: Ed. Rocco Digital.

Ravele Félix, estudante de Bacharelado em Ciência Política e Bacharelado em Relações Internacionais pela Uninter. Administradora do perfil Conservadorismo em Foco.

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