O reconhecimento se deu por meio da decisão tomada na reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, no último dia 9/12
Foi com muita música que, neste 13 de dezembro, Dia Nacional do Forró, sanfoneiros, violeiros, cantores e autoridades celebraram, no Palácio do Planalto, o título de Patrimônio Cultural do Brasil conferido às Matrizes Tradicionais do Forró. Uma conquista única para essa manifestação cultural feita ao som da zabumba, do triângulo e da sanfona. A celebração contou com a presença do Presidente da República, Jair Bolsonaro.
No último dia 9, as Matrizes Tradicionais do Forró receberem o reconhecimento por meio de decisão tomada na reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, órgão vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
“Esse ritmo hoje emprega mais de 2 milhões de pessoas no Brasil, gera mais R$ 1,5 bilhão na economia criativa do Brasil e que só trios de Forró tem em torno de 6 mil no Brasil e mais de 1,2 mil no exterior”, disse o ministro do Turismo, Gilson Machado.
“[O Forró] Hoje é uma economia criativa de milhões de pessoas e, por meio do conselho do Iphan, por unanimidade, conseguiu aprovar o Forró como um patrimônio cultural e imaterial do nosso país”, afirmou Gilson Machado.
O Forró, desde seus primeiros registros conhecidos, no início do século 20, remete à festa popular e a palavra assumiu também o sentido de um tipo específico de música, cantada ou instrumental.
O locutor de rodeios Cuiabano Lima falou sobre a arte e a cultura relacionados ao Forró. “O nome da festa Forró é usado para nomear distintos gêneros musicais como xote, xaxado, baião, arrastá pé. As músicas são executadas tradicionalmente por trios instrumentais com o acordeom. O Forró foi criado por Luiz Gonzaga em 1958”, disse aos presentes.
A Iphan reconheceu as Matrizes Tradicionais do Forró como Patrimônio Cultural do Brasil por considerar que, há mais de um século, ele contribui para a construção da identidade nordestina e nacional e, para além de um ritmo musical, traz saberes enraizados no cotidiano do povo nordestino e de comunidades espalhadas pelo Brasil.
O Reconhecimento
A solicitação de registro para que as Matrizes Tradicionais do Forró se tornassem um Patrimônio Cultural do Brasil foi apresentada pela Associação Balaio do Nordeste e pelo Fórum Forró de Raiz da Paraíba. A iniciativa teve o apoio de 423 forrozeiros de todo país, por meio de abaixo-assinado.
Com o reconhecimento, as Matrizes Tradicionais do Forró passam a ser alvo de políticas públicas para a salvaguarda da manifestação.
Homenagem ao Rei do Baião
O dia 13 de dezembro foi escolhido como Dia Nacional do Forró em homenagem a Luiz Gonzaga, conhecido como Rei do Baião, que nesta data completaria 109 anos. Na cerimônia, o ministro do Turismo, Gilson Machado, acompanhado de outros músicos, tocou a canção de baião Asa Branca, sucesso na voz de Luiz Gonzaga. Asa Branca foi composta em 1947 pelo Rei do Baião e Humberto Teixeira.
Foi a partir da década de 50, com Luiz Gonzaga, um dos maiores nomes do ritmo, que o Forró deslanchou e gerou diversos outros segmentos, como o Forró Eletrônico, o Pé de Serra e o Universitário.