Operação Apneia: investigações do MPF em PE subsidiarão inquérito policial em SP

Operação Apneia: investigações do MPF em PE subsidiarão inquérito policial em SP

Pedido para compartilhamento das informações foi feito pela Polícia Federal em Santos (SP)

As investigações do Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE) sobre a fabricação e a comercialização irregulares de respiradores BR 2000, adquiridos pela Prefeitura do Recife para uso em pacientes de covid-19, subsidiarão inquérito policial que apura fraude similar, ocorrida na cidade de Santos (SP). O pedido para compartilhamento das informações partiu da Polícia Federal (PF), que deflagrou naquela cidade, no fim de agosto, a Operação Ar Puro. No Recife, as investigações ocorrem no âmbito da Operação Apneia, deflagrada em 2020, e estão sob responsabilidade da procuradora da República Silvia Regina Pontes Lopes.

O MPF em PE já havia oficiado as unidades do órgão nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em julho de 2020, para que fossem investigados, na respectiva abrangência de cada unidade da federação, os aspectos criminais e cíveis de atos contra a saúde pública consistentes na fabricação e comercialização irregular de respiradores BR 2000 por empresas já investigadas em PE.

A medida foi tomada após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinar, a pedido da procuradora da República, a apreensão nacional de todos os lotes do ventilador pulmonar modelo BR 2000, fabricado pela Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos Eireli e comercializado pela empresa Juvanete Barreto Freire (Brasmed Veterinária), sem prejuízo das demais ações sanitárias cabíveis. A Resolução nº 2.164 da Gerência Geral de Inspeção e Fiscalização Sanitária da Anvisa, que determinou a apreensão, foi publicada em 26 de junho de 2020.

Operação Apneia – Deflagrada em maio de 2020, a Operação Apneia apura irregularidades na compra de respiradores dessas empresas pela Prefeitura do Recife. As investigações do MPF, do Ministério Público de Contas (MPCO) e da PF indicaram que a prefeitura, por meio de dispensa de licitação, contratou de forma irregular a microempresa Juvanete Barreto Freire, aberta havia pouco mais de seis meses e com experiência na área veterinária, para o fornecimento dos ventiladores pulmonares ao município.

O valor total dos contratos foi de R$ 11,5 milhões, embora o faturamento anual da microempresa perante a Receita Federal fosse de R$ 81 mil. As empresas Bioex Equipamentos Médicos e Odontológicos e BRMD Produtos Cirúrgicos eram supostamente representadas pela Juvanete Barreto Freire.

Processo 0808880-97.2020.4.05.8300 – 36ª Vara da Justiça Federal

Leia mais sobre a atuação do MPF na Operação Apneia

Qualquer cidadão pode acionar o MPF. Para fazer uma representação via internet, clique aqui.

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