A seletividade da Esquerda caviar

A seletividade da Esquerda caviar

A esquerda caviar brasileira nunca escondeu sua seletividade, seja nos momentos de crimes políticos ou hostilidade. Não importa a gravidade, importa o lado.

Na quinta-feira (24), na estreia da seleção brasileira na copa do mundo do Catar, o cantor e militante de esquerda Gilberto Gil, foi hostilizado por torcedores de espectro político de direita. Logo os cidadãos e eleitores brasileiros foram colocados na extrema-direita, para assim trazer uma visão anarquista daqueles que demonstraram revolta pelo cantor apoiar um ex-presidiário a presidência da república que assaltou o Brasil, e que sendo um artista renomado ainda se utiliza da Lei Rouanet para adquirir fundos para seus shows.

Após esse episódio, o então senador da República Randolfe Rodrigues (Rede), que é bem conhecido por usar o STF como seus advogados particular, protocolou o projeto de lei n° 2864, com a seguinte ementa: “Dispõe sobre o crime de assédio ideológico no Código Penal”. O projeto pede a criação do art. 146A para incluir no código penal o assédio de forma violenta ou humilhante por inconformismo político, partidário ou ideológico. O Artigo 146 do código penal já contempla os seguintes assédios:

DECRETO-LEI No 2.848, DE 7 DE DEZEMBRO DE 1940 ( Código Penal)

Constrangimento ilegal

Art. 146 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:

Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Mas onde se encaixa os grandes problemas desse projeto?

PL n° 2864/22 de Autoria do Senador Randolfe Rodrigues

O primeiro problema desse projeto que precisa ser observado é o Art. 146-A que fala das formas que se daria o “crime” : violência ou humilhação. Na questão de violência é óbvio que a agressão se faria necessária, e caso aconteça, o próprio código penal já contempla independente de ser por ideologia ou ligação política. Mas e na questão da humilhação, o que de fato é considerado uma humilhação?

Se alguém da direita decidir criticar em público um cantor consagrado que usa dinheiro do pagador de impostos através da lei rouanet para financiar seus shows, isso se encaixa no campo da humilhação ou dos fatos? é humilhação ou a simples liberdade de expressão? Se o cantor realmente usou o recurso tendo um patrimônio milionário, não seria normal quem está pagando essa conta e que vive de um salário mínimo, questionar? Significa que as pessoas poderão ser presas por emitirem uma opinião incomoda. O mais interessante é que o projeto vai de contra as declarações tão recentes do Ministro Lewandowski no qual deseja o desencarceramento de presos para diminuir as super lotações dos presídios, entretanto, o senador em questão deseja levar à prisão pessoas por crimes de opinião contra aqueles que já tem o sistema na mão. Enquanto isso,a  prisão em segunda instância permanece inexistente, e o presidiário favorito que saqueou o país segue ansiosamente para subir as rampas no planalto dia 1 de Janeiro. O total escárnio para o povo brasileiro.

O segundo problema é que o projeto não contempla a todos e faz descriminação aos homens entre 18 até os 59 anos. Todo o restante é favorecido, além de trazer mais privilégios para quem tem boa situação financeira e quem já tem a máquina pública em mãos. Em um país juridicamente instável no qual estamos vivendo, seria impossível esse projeto não se tornar mais um braço da censura.

E o terceiro problema esta na justifica que apenas lembra os casos de violência cometidos pela extrema-direita brasileira e até na Argentina, mas ignora o maior caso que tivemos de violência politica praticada em período eleitoral, como a tentativa de assassinato do então candidato a presidente, Jair Bolsonaro, e a agressão covarde ao empresário Carlos Alberto Bettoni, violentamente agredido pelo ex-vereador Maninho do PT, sem esquecer das diversas invasões as igrejas que são sempre carregadas por palavras de ordem, de violência e de baixo calão. 

O projeto não está preocupado em acabar com a violência política, visto que a esquerda caviar além de usar de violência, sempre esconde os crimes políticos ou até os aplaude, a prova está nessa justificativa apresentada. Consigo entender completamente a preocupação do tal Senador da república, ser incoerente até pode, mas receber isso em alto tom de crítica na frente de todos deve ser bem desconfortável. Então, dizer que um político que apoia  ditaduras comunista tem sangue nas mãos e é apoiador da ideologia que mais matou no mundo de forma violenta ou de fome, pode ser considerado crime se o receptor sentir-se humilhado. O que  recebe a crítica não deveria procurar modificar o código penal, mas seu código ético e de conduta.

A seletividade da esquerda caviar fica clara quando não vê essa mesma comoção quando Regina Duarte, uma mulher, artista consagrada e integra, foi achincalhada em público. Sabe o motivo dela não procurar um parlamentar para fazer uma lei para defendê-la? Porque quem tem a consciência limpa não se ofende e quem ama a democracia não cerceia o direito de crítica. Já a esquerda caviar que tem em sua veia o sangue ditador, sempre tentará calar verdades incômodas. Não estamos falando de agressão, pois o código penal já contempla esse crime, e nem mesmo de calúnias, que também recebe punição. Estamos falando de algo subjetivo que abre precedentes de blindar contra críticas alguns políticos, artistas que usam a lei rouanet, e alguns jornalistas que usam os meios de comunicação para mentir.

No final, vemos apenas os ensaios daquilo que George Orwell nos alertou em sua distopia, no livro 1984… Estamos nos aprofundando em terrenos perigosos, onde a distopia começa a tomar forma e dá vida ao ministério da verdade.

Ravele Félix, estudante de Bacharelado em Ciência Política e Bacharelado em Relações Internacionais pela Uninter. Administradora do perfil Conservadorismo em Foco.

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